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Sexta-feira | 27-11-2020

Apresentação da obra vencedora do Prémio Literário Marcelino Mesquita

A edição de 2019 do Prémio Literário Marcelino Mesquita encontrou na poesia de António Miguel Ferreira, um universo poético caracterizado pela solidez e pela coesão temática – conforme destacou o júri na atribuição do Prémio.

Apresentação da obra vencedora do Prémio Literário Marcelino Mesquita

 

A obra vencedora do Prémio Literário Marcelino Mesquita 2019 vai ser apresentada no dia 2 de dezembro, num evento online que decorrerá nas páginas de Facebook da Câmara Municipal do Cartaxo e da Biblioteca Municipal Marcelino Mesquita.

Com início às 19h00, a apresentação do livro No Interior dos Contornos, contará com intervenções do Presidente da Câmara Municipal, Pedro Magalhães Ribeiro, do vice-presidente da Câmara Municipal e responsável pelo pelouro da Cultura, Fernando Amorim, assim como, pelos elementos que constituíram o júri do Prémio – Elvira Tristão, Ana Luísa Vilela e Vítor Santos.

O prémio literário foi instituído no âmbito das Comemorações do Centenário da Morte de Marcelino Mesquita – assinalado em 2019 pela Câmara Municipal do Cartaxo – e foi entregue, por decisão unânime do júri, ao autor António Miguel Ferreira que apresentou a concurso a obra inédita de poesia – No Interior dos Contornos.

A data para apresentação do livro foi escolhida por assinalar o 64.º Aniversário da Biblioteca Municipal – inaugurada a 2 de dezembro de 1956, no âmbito das comemorações do Centenário do Nascimento de Marcelino Mesquita.

Prémio Literário Marcelino Mesquita
O Prémio Literário Marcelino Mesquita, instituído pela Câmara Municipal do Cartaxo, foi criado com o intuito de promover a criação e divulgação da escrita literária nos géneros lírico, narrativo ou dramático, bem como, de homenagear o autor e dramaturgo, natural do Concelho do Cartaxo.

Na edição de 2019, a Câmara Municipal definiu a publicação da obra como prémio a atribuir ao autor, sendo esta publicação que vai ser apresentada no evento online que o autor premiado, António Miguel Ferreira, encerrará com a apresentação da obra distinguida e com a leitura de alguns poemas que a integram.

O livro estará disponível na Biblioteca Municipal Marcelino Mesquita, assim como, em versão digital no site da Câmara Municipal do Cartaxo. A autarquia entregará, também, exemplares às bibliotecas escolares do concelho.

 

 

BIOGRAFIA DO AUTOR
António Miguel Ferreira

António Miguel Ferreira nasceu em Coimbra, no ano da revolução. Casado, tem uma filha de sete anos: “O meu Poema Perfeito!”

Embora seja licenciado em Comunicação Social foi na área da saúde, nesta mesma cidade, que encontrou o seu percurso profissional. “A minha poesia é profundamente influenciada pelo sítio onde trabalho. Num hospital, não se tem uma vida dentro e outra cá fora à espera do fim do turno! Não é um emprego de oito horas diárias! Já não falta muito para metade da minha vida ter-se desenrolado dentro de um hospital… Muitos dos meus gritos poéticos germinaram dentro de um Serviço de Urgência onde parece não haver lugar para a Poesia!”

A Poesia entrou muito cedo da vida do autor. Os primeiros esboços de poemas aconteceram na primeira adolescência. “No início, quando não se sabe para onde se vai, parar é proibido e tenta-se ir em todas as direções! Raro era o dia em que não me agarrasse à minha máquina de escrever (uma Olivetti azul que ainda guardo religiosamente oferecida pelo meu pai) e não pusesse cá para fora meia-dúzia de poemas. Em catadupla saíam quadras mal-amanhadas, estrofes heroicas e até sonetos. Nessa altura eu julgava-me um lírico! Hoje, quando releio os versos fruto dessa idade, encontro as raízes da maturidade com que hoje escrevo.”

Mas tal como as pessoas que mais nos desiludem são aquelas que nos são mais próximas, o autor desiludiu-se com o mundo de quem tanto esperava. E este facto justifica que depois do seu primeiro livro, aos 20 anos (Segredos), tenha enveredado por um longo descanso poético. Embora sem nunca ter parado de escrever, nas duas décadas seguintes sentar-se ao computador (que, entretanto, substituíra a sua máquina de escrever) era um ato longe de ser rotineiro. Durantes esse longo período apenas publicou poemas soltos em várias antologias. “Talvez estivesse à espera da idade certa!”
Essa idade parece ter chegado agora… “O Interior dos Contornos” trouxe à superfície o poeta cansado de respirar debaixo de água. “2019 foi o ano que me voltei a reencontrar com a poesia, sem nunca lhe ter virado as costas. Éramos como dois enamorados… Cada um recusava dar o primeiro passo no sentido da reconciliação.”

Nesta obra, longe do amadurecimento completo, o autor reinventa-se em cada verso. A ideia do trágico, da morte, de um deus omniausente são temas recorrentes. Mas não se pense que este é um poeta da tristeza, da desilusão com o mundo e consigo mesmo! Na sua poesia, as lágrimas e o sofrimento coexistem de mãos dadas com o amor e com a esperança.

De salientar que este autor não se cinge ao campo da Poesia. “Acho que todos os autores começam na Poesia… Mas não deixa de ser um poeta quando se substitui o poema pela narrativa! A poesia é a minha casa-mãe, e é a ela que sempre volto quando as palavras precisam de dar outro sentido à minha existência interior.”

O Prémio Marcelino Mesquita foi o primeiro de vários reconhecimentos que o autor alcançou neste ano pandémico. Destacam-se o Prémio Alexandre O´Neill, o Prémio Literário Ulysses, o Prémio António Mendes Moreira, entre outras distinções e menções honrosas.​

 

 

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