O Municípios de Santarém, Cartaxo e Azambuja promoveram um Projeto de Gestão dos Recursos Hídricos e Ordenamento do Território do Vale do Rio Tejo, após concordância sobre a necessidade de recolha de informação e tratamento de dados que possam contribuir para a gestão do território, em particular a gestão dos recursos hídricos existentes, desde a utilização até à utilização efetiva, bem como a responsabilidade das várias entidades oficiais no território, quer das infraestruturas existentes como da proteção ambiental e do domínio hídrico, como ainda da segurança da região.
Este trabalho que foi desenvolvido pela Associação dos Agricultores do Ribatejo (AAR) durante vários meses, centrou-se sobretudo numa área de cerca de 10 mil hectares, que ligam Vale de Santarém (Santarém) à Azambuja, passando pelo Cartaxo, tendo participado neste projeto de estudo a APA – Agência Portuguesa do Ambiente, a DRAPLVT - Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, o ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a EPAL - Empresa Portuguesa de Águas Livres.
Foi realizado o levantamento da área do projeto, em termos de caracterização de famílias de solos, vias de comunicação, diques de proteção, águas residuais, locais de alojamento, pontos turísticos, condicionantes, e a gestão do território como zonas de caça, segurança no campo, faixas de gestão.
Realizou-se também a caracterização da campanha agrícola, referente à ocupação cultural, estimativa de necessidades hídricas, organização da produção e dimensão das entidades gestoras, e a avaliação do estado atual da Vala da Azambuja, com levantamento batimétrico parcial da vala com vista a verificar o estado de assoreamento, como voo de drone de alta resolução que identificou as captações e portas de água, e estado da vegetação, que permitiu reconhecer a influência das marés e a variabilidade do caudal.
Para além dos resultados referidos, o levantamento de dados digitais detalhados e georreferenciados das diversas estruturas em análise e dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, permitiu também a elaboração de uma planta com perímetros de responsabilidade dos diversos organismos oficiais nesta área territorial.
Com base nos resultados obtidos foi possível apresentar, por um lado, hipóteses de captações de água no Rio Tejo para alimentação da Vala da Azambuja, e por outro lado concluir a necessidade e oportunidade de centralizar a gestão hidroagrícola numa única Entidade Profissional, com responsabilidades, direitos e obrigações, e que possa coordenar e articular com as diferentes entidades públicas oficiais com competências locais e regionais, à semelhança de outras entidades já existentes, como a Associação de Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira.
Com este trabalho conjunto, pode-se afirmar que estão criadas condições para que se possa aumentar a eficiência, a competitividade e a sustentabilidade da atividade agrícola e de outros setores socioeconómicos associados ao mundo rural, de modo a valorizar a Lezíria do Tejo.
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